sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Porque no fim,

a linha da vida é só mais uma linha.

apago todas as luzes. fecho todas as portas, janelas, cortinas. talvez por mera compulsão. bateu saudade daquele velho disco dos beatles. bateu saudade foi de você.
abro aquele álbum de fotos pra procurar por lembranças tuas. encontro uma única foto, tu sorria enquanto eu me aconchegava no teu colo. tinha esquecido o quanto o teu sorriso era bonito. daqueles cativantes, que deixam os olhos apertadinhos e as bochechas enrugadas.
nem sei o quanto eu já quis te encontrar, te abraçar de novo, deitar no teu colo, me lembrar do cheiro de infância que tu tinha. juro que já nem sei quantas vezes tentei chegar até você ou quantas das minhas cicatrizes foram resultado da tua partida.
agora, tarde que é, depois de tantas falhas, faço o máximo pra retardar a data do nosso encontro. sei que tardarei a chegar, não me espere, tardarei a te abraçar novamente. ou pelo menos espero tardar, espero como nunca esperei nada antes.
mesmo que a vida tente arduamente me escapar. mas ela não vai. ela há de ficar.
saiba levo um pouquinho de ti comigo, por todas essas ruas tortas. como já disse lobão naquele verso, como é mesmo?
'vou te levar pra onde eu for'.
e eu com certeza irei.

a vida há de passar, minha filha, ela há de passar rápido e me explique por que diabos nós haveríamos de passar com ela, minha querida?  'nós permaneceremos intactos, que é para continuarmos juntos'.