segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A song for sadness.

Quartos de hotel, cinzas pelo chão, garrafas vazias, sujeira. É tudo que te restou.
Você foge, todos os dias, de cidade em cidade. Foge das tuas lembranças, dos teus complexos, você finge que os deixa pra trás. Os deixa em cada cama que te acolhe, em cada ser que perde um tempo contigo. Você substitui os fantasmas do teu passado por novas aventuras passageiras.
Ela nunca te esqueceu, posso te dizer isso com toda certeza.  Ela ainda pensa em você toda a vez que a chuva toca a sua pele. Ela sente o teu cheiro, ela se arrepende de não ter te amado mais, de não ter se entregado mais. Sente a sua falta, se enche de planos pra te encontrar, jeitos infalíveis de ter de volta, completamente passíveis de erro. Se você pudesse tê-la aos teus pés de novo, você voltaria? Você voltaria por ela? Voltaria pelas noites sem luar entre os becos do centro da cidade, pela respiração ofegante dela no escuro do teu antigo quarto?
Eu sei que você ainda se pega lendo aquele papel onde ela escreveu uma porção de palavras, todas sem nexo algum, uma bela porção de porcarias. Porcarias escritas com a letra dela. Porcarias escritas pela única pessoa que um dia te amou. E te amou de verdade.
Você não voltaria. E nem vai voltar. Nem por ela, e nem por ninguém. Você é tudo que te importa.
E ela continua a te esperar...

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